A agência de jornalismo investigativo Pública divulgou nesta semana uma série de reportagens sobre a Operação Éris, que investigou o aparelhamento da Polícia Civil pelo governo de Mauro Carlesse (Agir) e atingiu a antiga cúpula da Segurança Pública.Entre o material publicado, a série traz uma entrevista com o ex-governador e um retrospecto dos últimos governos estaduais para atribuir as crises do Executivo a um suposto racha na Polícia Civil.Outra matéria traz o delegado da Polícia Civil do Tocantins, Thiago Emanuell Vaz Resplandes acusando o delegado da Polícia Federal Duílio Mocelin Cardoso de pressioná-lo a passar informações que ele sabia em troca de ter a condição suavizada no processo, sem ser indiciado ou acusado junto com a antiga cúpula da SSP. Resplandes é alvo de ação penal da Operação Éris, acusado de ter participado da falsificação de documentos oficiais para a antiga cúpula da SSP usar como justificativa na remoção de delegados da Polícia Civil que investigavam corrupção. No segundo depoimento à PF sobre o caso, ele gravou a abordagem do delegado da PF com o próprio celular.Segundo a reportagem, assinada pelos jornalista Rubens Valente e Ciro Barros, Resplandes e outro alvo da ação criminal,o ex-delegado e atual procurador de Palmas, Paulo Henrique Gomes Mendes, acusam a PF de manipulado o depoimento de Resplandes, que foi ouvido como “investigado disfarçado de testemunha” para subsidiar a denúncia ajuizada pela Procuradoria da República (PGR) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), hoje na 1ª Vara Criminal de Palmas. De acordo com a reportagem, os dois precisaram pedir judicialmente a busca e apreensão de documentos na Secretaria da Segurança, autorizada pela Justiça Estadual, para comprovar que eles não teriam participado da falsificação documental denunciada pela PGR, após a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil terem negado pelo menos quatro conjuntos de documentos tido como imprescindíveis para a defesa.Para a agência de reportagem, a Superintendência da PF afirmou não ter recebido nenhum questionamento sobre a conduta de qualquer policial envolvido na Operação Éris, desconhece a gravação citada na reportagem e ressalta que a Corregedoria é o órgão para encaminhamento de denúncias sobre condutas policiais.