Política
‘Muito em breve retomaremos nossa vida normal’, diz Bolsonaro em rede nacional
Segundo o presidente, em poucos meses o Brasil será ‘autossuficiente na produção das vacinas’

Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV nesta terça-feira 23, o presidente Jair Bolsonaro disse que “muito em breve retomaremos nossa vida normal” e prometeu 500 milhões de doses contra a Covid-19 até o fim do ano.
Bolsonaro exaltou a atuação de seu governo em meio à pandemia. Segundo ele, em poucos meses o Brasil será “autossuficiente na produção das vacinas”.
“Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros”, afirmou Bolsonaro. “Somos incansáveis na luta contra o coronavírus. Essa é a missão e vamos cumpri-la.”
Ele exaltou o acordo com a Universidade de Oxford, assinado em julho de 2020, para a produção de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Também citou o acordo com o consórcio Covax Facility, para 42 milhões de doses, e reivindicou ainda seus créditos na aquisição da vacina do Instituto Butantan, com a liberação de 20 bilhões de reais em dezembro: “Possibilitou a aquisição da Coronavac”, afirmou.
“Quero destacar que hoje somos o quinto país que mais vacinou no mundo”, disse, ignorando que o Brasil está em 58º lugar no ranking de vacinação proporcional e 62º lugar no ritmo da imunização, de acordo com relatório da organização Our World in Data, divulgado na última semana. “Temos mais de 14 milhões de vacinados e mais de 32 milhões de doses de vacinas para todos os estados, graças às ações que tomamos logo no início da pandemia.”
O presidente sustentou que “em nenhum momento o governo deixou de tomar medidas importantes, tanto para combater o coronavírus, como para combater o caos na economia”.
Disse ainda que “sempre afirmou” que o governo adotaria qualquer vacina, desde que aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, “e assim foi feito”.
Não sabemos por quanto tempo teremos que enfrentar essa doença, mas a produção nacional vai garantir que possamos vacinar os brasileiros todos os anos, independentemente das variantes que possam surgir.
É a primeira aparição oficial de Bolsonaro em pronunciamento nas emissoras de TV e rádio neste ano. O discurso é realizado após o presidente da República dar posse a Marcelo Queiroga na chefia do Ministério da Saúde, como substituto de Eduardo Pazuello. A solenidade ocorreu a portas fechadas.
Também nesta data o Brasil marca o dia mais letal da pandemia, desde o início da 1ª onda da Covid-19, com 3.251 vítimas fatais registradas em somente 24 horas. O País está próximo de atingir os 300 mil mortos pela doença.
Em plena ascensão dos índices de óbitos e de contaminações, Bolsonaro havia entrado com uma ação no STF para derrubar medidas de combate à Covid-19 estabelecidas por governadores. No entanto, o presidente foi contrariado por decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que rejeitou o ato e citou “visão totalitária”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.