Tiro que matou criança de 4 anos em Santos partiu 'provavelmente' de uma arma da PM, diz coronel
Garoto foi uma das quatro vítimas de um confronto entre policiais e criminosos no Morro de São Bento, na Baixada Santista, na noite de terça-feira (5)
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GERADO EM: 06/11/2024 - 12:38
Tiroteio em Santos: Criança de 4 anos morta em confronto policial
Em Santos, tiro fatal em criança de 4 anos veio provavelmente de arma da PM durante confronto com criminosos. Outras vítimas incluem adolescente morto e feridos. Polícia destaca defesa própria, enquanto ressalta debate sobre criminalidade envolvendo menores.
O tiro que matou o menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, “provavelmente” partiu de uma arma da Polícia Militar de São Paulo, segundo o coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da corporação. O garoto foi uma das quatro vítimas de um confronto entre policiais e criminosos no Morro de São Bento, na Baixada Santista, na noite de terça-feira (5).
Além dele, um adolescente de 17 anos, que teria participado do confronto, foi morto pela polícia. Outro adolescente de 15 anos está internado e uma mulher de 24 anos foi ferida, atendida e liberada. Nenhum dos agentes envolvidos no caso usava câmara corporal.
Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, Massera explicou que policias da Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam) faziam uma patrulha na região do Morro São Bento e foram recebidos a bala. Segundo ele, foram mais de cem disparos. O porta-voz da PM disse que o grupo estava em cerca de dez criminosos, contra sete policiais. Nenhum PM ficou ferido na ação. A versão é contestada por testemunhas ouvidas por O GLOBO.
Familiares das vítimas e moradores do bairro entrevistados sob condição de anonimato dizem que apenas os policiais militares atiraram durante o suposto confronto. Os tiros teriam começado após os agentes se depararem com a moto onde estava Gregory, o adolescente morto, e o rapaz de 15 anos, que conduzia o veículo e ficou ferido.
— Não teve confronto, não teve troca de tiros. Eles chegaram e mataram — diz a mãe. — Ele (Ryan) conseguiu caminhar até a área da casa minha prima. Ele levantou a camisa e quando eu olhei estava com um buraco (na barriga), ficou uns cinco minutos me olhando, ficando roxo e pálido. Eu perdi um pedaço de mim. Meu filho estava brincando na rua, todo alegre. Eu ainda estou em estado de choque. Eu não acredito — diz Beatriz da Silva Rosa, mãe do menino Ryan.
– Provavelmente, o disparo que atingiu o menino partiu de uma arma de um policial militar. O projétil ficou alojado. Nós queremos agora condições de fazer o confronto balístico e, com o resultado da perícia, nós podemos ter aí essa conclusão, 100%. Mas tudo indica, pela dinâmica da ocorrência, pela forma como o cenário se dispôs ali, que esse disparo provavelmente partiu da arma de um policial militar e, mais uma vez, nós lamentamos muito — afirmou Massera.
Segundo ele, cerca de oito suspeitos conseguiram fugir do local após o confronto e o policiamento na região da Baixada Santista será reforçado. Segundo o porta-voz, nenhum dos agentes usava câmera corporal porque a ocorrência foi na área do 6º Batalhão da Baixada Santista, que não dispõe do equipamento.
O porta-voz da PM ressaltou, por mais de uma vez, que os policiais não são tratados como culpados, mas como vítimas.
— Os policiais precisaram se defender, por isso que efetuaram disparos contra esses criminosos e conseguiram acertar os dois, um dos criminosos faleceu. É interessante destacar que o criminoso, o menor infrator, ostentava nas redes sociais armas de fogo. Uma questão que a gente precisa retomar urgentemente é a discussão sobre a maioridade penal. É fato que o crime organizado, facções criminosas, o tráfico, utilizam a mão de obra de adolescentes no crime, e isso é algo que a sociedade precisa discutir — disse o coronel.
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