Política

Entidades pedem nomeação de Damares Alves no Ministério dos Direitos Humanos

Assessora de Magno Malta, aliado do presidente eleito Jair Bolsonaro, é uma das cotadas
A pastora evangélica Damares Alves, assessora parlamentar de Magno Malta Foto: Reprodução / YouTube
A pastora evangélica Damares Alves, assessora parlamentar de Magno Malta Foto: Reprodução / YouTube

BRASÍLIA - Mais de 100 entidades, entre igrejas, organizações não governamentais e associações de classe, assinaram nota em defesa da nomeação de Damares Alves , assessora do senador Magno Malta (PR-ES), para o Ministério dos Direitos Humanos e Mulheres do governo Bolsonaro . Ela foi cotada para o cargo, segundo o próprio presidente eleito afirmou em entrevista.

A maioria das entidades tem ligação com instituições religiosas vinculadas a pautas conservadoras. Os apoiadores apontam que Damares é "advogada, mãe, tem larga experiência por mais de 20 anos na defesa de populações tradicionais historicamente esquecidas, índios, ciganos". Afirmam que ela "atua na defesa da vida e da promoção da dignidade da pessoa humana, na defesa da infância, contra a pedofilia, infanticídio, suicídio, a automutilação e o consumo e a possibilidade de liberação das drogas, que tanto tem ceifado a vida dos nossos jovens no Brasil e destruído famílias inteiras".

Encabeça a lista a Rede Nacional em Defesa da Vida e da Família, que tem como um das principais bandeiras a manutenção do aborto como crime. A entidade reúne uma série de outras associações, que também assinam o texto. Há pessoas físicas, entre médicos, políticos e pastores, subscrevendo a nota, que circula nas redes e sites ligados aos movimentos.

Na semana passada, Bolsonaro disse que Damares é "forte concorrente" ao Ministério dos Direitos Humanos, mas ele ressaltou ainda não ter batido o martelo. O presidente eleito pretende anunciar o nome do titular da pasta nos próximos dias.

Em vídeo exibido em março deste ano no portal de notícias Expresso Brasil, Damares afirmou que mulheres nasceram para ser mães e que o modelo ideal de sociedade as deixaria apenas em casa, sustentadas pelos homens."Me preocupo com a ausência da mulher de casa. Hoje, a mulher tem estado muito fora de casa. Costumo brincar como eu gostaria de estar em casa toda a tarde, numa rede, e meu marido ralando muito, muito, muito para me sustentar e me encher de joias e presentes. Esse seria o padrão ideal da sociedade. Mas, não é possível. Temos que ir para o mercado de trabalho", disse Damares na ocasião.