Novo artigo científico alerta para os riscos da cloroquina, remédio que o presidente Bolsonaro está tomando para tratar a Covid-19

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1 Comentário

  • Jean Paulo
    Estão testando a cloroquina no bonzo, se der certo vão usar nos humanos.

Novo artigo científico alerta para os riscos da cloroquina, remédio que o presidente Bolsonaro está tomando para tratar a Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro mostra o comprimido de hidroxicloroquina que ele está tomando
O presidente Jair Bolsonaro mostra o comprimido de hidroxicloroquina que ele está tomando Foto: Reprodução de vídeo
Ana Lucia Azevedo
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Artigo publicado esta semana na revista médica “Lancet” voltou a alertar sobre os riscos para o coração do uso de hidroxicloroquina e azitromicina. A pesquisa faz a revisão de estudos científicos internacionais publicados e adverte para a possibilidade de aumento da incidência de efeitos colaterais cardíacos durante a pandemia do novo coronavírus.

Embora condenada pela comunidade científica e sem qualquer comprovação de sua eficácia no tratamento da Covid-19, essa combinação de remédios ainda é usada em pacientes infectados pelo novo coronavírus, caso do presidente Jair Bolsonaro. O artigo é assinado por Christian Funck-Brentano, Lee S Nguyen e Joe-Elie Salem, da Universidade de Sorbonne, em Paris. A França foi o país onde a onda da cloroquina/hidroxicloroquina contra a Covid-19 começou e um dos primeiros a tirá-la oficialmente de uso, após a comprovação do risco e a não comprovação da eficácia para tratar esta doença.

Os pesquisadores destacam que pessoas com Covid-19 têm múltiplos fatores de risco para arritmia induzida por drogas. Segundo eles, a “hipocalemia (baixa de potássio que afeta o funcionamento do músculo cardíaco) é comum, a febre amplifica o bloqueio de canais cardíacos induzido pela droga; aumento das concentrações de interleucina-6 (modulador de inflamação), associada a alterações no funcionamento do coração”.

Eles acrescentam que a combinação de hidroxicloroquina com azitromicina pode acentuar o risco de taquicardia. Foram observadas ainda a amplificação do bloqueio nos canais de sódio e alterações dos batimentos cardíacos, “duas condições associadas com hipóxia (quando o nível de oxigênio no sangue cai muito) e Covid-19”. Os cientistas concluem o artigo afirmando que, além de não gerar benefícios, a cloroquina causa efeitos colaterais cardíacos potencialmente fatais.